Meu nome é Jessica, tenho 20 anos e sempre fui
viciada em The Sim's, mas tinha algo que eu gostava mais no The Sim's era ver os
acidentes acontecerem. Nunca pensei que isso me afetaria de alguma forma mas me
afetou e muito.Mas vou contar minha historia para vocês.
Quando eu tinha 11 anos, meu primo veio morar com a
gente, por que aconteceu algo meio inusitado com sua familia, seu irmão e pais
morreram de causas não naturais, a polícia quando investigou o caso falou que
foi um acidente doméstico, mas o mais estranho é…como pôde todos morrerem pelo
mesmo motivo?
Meu primo quando chegou em casa só tinha as roupas
dele e um CD do the sims que ele achou dentro de uma disqueteira, ele nunca
falou aonde tinha encontrado ela, ele só disse que era o único seu jogo
favorito, quando eu olhava nos olhos dele um vazio não parecia nada humano.
Mas, eu ainda acredito que ele não é uma pessoa
ruim algo me diz que ele só está querendo ser salvo de alguma coisa muito ruim
que atormenta.Sempre que olho uma aura negra está em cima dele.
Dois anos se passaram e ele ainda era uma pessoa
muito reservada, eu perguntava, tentava conversar com ele, mas ele só falava:
- Faça a gritaria parar! Por favor!
Isso acontecia sempre que eu tocava no assunto
sobre os pais dele e o seu irmão e o seu humor mudava não era nem de perto o
mais amigável de todos.
Uma vez uma amiga e eu estávamos conversando sobre
jogos e ela comentou sobre o The Sim's, aquele típico jogo de menininha onde
você construía sua casa, mudava o rosto e corpo dos personagens e eu sempre fui
apaixonada por essas coisas, principalmente quando podia reproduzir os
personagens com minhas características.
Quando eu acordei no dia seguinte meu primo entrou
no quarto e perguntou:
- Ei Jé, quer jogar The Sim's comigo?
Eu fiquei impressionada e logo vi uma chance de
saber um pouco mais sobre ele e saber o que aconteceu.
Sentamos no computador, ele me ensinou como
instalar, fazer os personagens e notei que quando cliquei no jogo para abrir um
leve chiado das minhas caixinhas de som eu não prestei atenção na hora, talvez
pudesse ser algum detalhe importante que deveria ter me tocado antes começar a
acender o pavio de meu vício.
Comecei criando a minha família e claro adicionei
meu primo, eu pensei que ele ia surtar por que ele sempre foi fechado e nunca
quis interagir e sempre que o colocávamos dentro de algum plano da família como
viagem a parques ou até mesmo sair para tomar um simples sorvete ele falava que
não tinha vontade de sair da cama, como se ele estivesse sentindo culpa de
alguma coisa.
Quando começamos a jogar ele me ensinou sobre como
comprar e até mesmo sobre os códigos de dinheiro, seria muito bom na vida real
aparecer uma caixa de texto e digitar klapaucius e
!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!;!; e fazer nossas contas bancaria
explodirem de tanto dinheiro, outra coisa que me deixava preocupada era que meu
primo quando me via jogando sempre falava para eu colocar ele para fazer a
comida e sempre manter os outros membros da família longe, eu atendi ao pedido
dele.
Sempre que eu executava o jogo, o chiado se repetia
parecia mais uma voz mesmo como se estivesse dizendo:
- Fique Longe!
E cada vez mais parecia mais alta e às vezes eu
evitava jogar por que não queria esse chiado ecoando na casa e cada vez um frio
na espinha subia.
A minha amiga Claire veio em casa ver o The Sim's,
eu resolvi adicionar ela como membro da família, pois eu a considerava como
irmã e como conhecia ela há bastante tempo sempre soube que ela não era boa
cozinheira logo não coloquei nenhum tipo de habilidade dessas para ela.
Enquanto criava a personagem dela conversava
falando o quanto mal ela cozinhava e sempre gargalhávamos sobre isso, lembro
até mesmo uma vez quando ela conseguia sempre queimar um pano de prato quando
ligava o forno, inclusive eu fiz a brincadeira que queria não ter feito e essas
foram umas das ultimas palavras:
-Um dia você vai acabar tacando fogo na cozinha
assim.
Como queria não ter dito nada disso.
Alguns dias se passaram, meu primo me contava mais
sobre o jogo, mas ele sempre repetia as mesmas coisas quando eu começava a
jogar:
- Cuidado! Pessoas morrem.
O que ele quis dizer com isso? Sim é um jogo de
simulação, é comum em jogos personagens morrerem certo?
Eu quis saber como que funcionava esse negócio de
morte, eu fiz um jogo novo, uma casa nova e um personagem novo. Tinha um menino
da escola que ele sempre me zoava, vivia me importunando, inclusive coloquei
até o nome desse menino nele.
Digamos que eu maltratei muito ele por um tempo,
deixava sem tomar banho, sem comer até mesmo não deixava ir ao banheiro.
Alguns dias depois ele chegava às vezes na escola
fedendo demais ou ate mesmo morrendo de fome ele falou que nunca cozinhava,
pois a mãe dele não o deixava por os pés na cozinha.
Ao chegar a casa, eu resolvi entrar no jogo e fazer
um teste, de propósito eu o coloquei na cozinha para preparar algo para ele
comer, ele foi direto ao fogão e a um piscar de olhos o fogão estava em chamas
e o fogo se espalhava rápido eu o vi morrendo, por um momento fiquei
desesperada não sabia o que fazer, mas falei para mim mesma:
- Isso é só um jogo isso não é real, é ridículo eu
ficar preocupada a toa.
Quando de repente a morte apareceu para levar a
alma dele, ela não fez como em todos os jogos levou e foi embora, ela ficou
cerca por 5 minutos, quando olhava para o relógio esses 5 minutos se tornavam
10.
Ele apenas ficava parado lá, quando eu pensei em
fechar o jogo o chiado na minha caixa de som voltou e algo ecoou como:
- Você não devia ter brincado com isso.
E de repente um grito de dor. Meu primo escutou e
entrou no quarto ele me olhava friamente e falou:
- Você fez? Não fez? E pelos seus olhos eu sei que
sim e você acabou de entrar em um caminho sem retorno.
Após essa cena de filme de terror eu desliguei o
computador, deitei na minha cama e comecei a imaginar o que era aquilo, muitas
perguntas vieram na minha cabeça, será que eu o matei? Um jogo mesmo poderia fazer
algo assim?
Meu primo me olhava com uma cara que não era de repressão, mas de pena e com o sentimento de livrar de algo… pelo menos foi o que me pareceu, que ele se tivesse se libertado.
Meus olhos começaram a pesar, eu lutei para
deixa-los aberto e na terceira vez eu apaguei nessa noite eu tive um sonho de
repente uma multidão estava a minha volta, alguns pareciam queimados, outros
pálidos como fantasmas.
Acordei com meu primo me sacudindo, ele olhou para
mim e falou:
- Você sonhou com pessoas mortas não é?
Eu o respondi:
- Como você sabe disso?
Ele sentou do lado da minha cama e começou a me
contar a seguinte historia:
Eu também comecei a sonhar com pessoas, também as
mesmas pessoas sempre, mas a diferença é que depois que meus pais os morreram
também começou a aparecer, desde então eu nunca mais dormi por que eu não
aguentava ver mais essas pessoas nos meus sonhos e gritando, chorando, crianças
procurando os pais, hoje em seus sonhos eles estavam em silêncio, amanhã os
gritos vão piorar e mais. Eu não quis dormir mais, estou buscando alguma
resposta, do que seria, o por que eu sonho com essas pessoas que eu não
conheço. Mas… depois que você começou a jogar, os sonhos começaram a
desaparecer.eu só digo que você deve parar, antes que seja tarde demais.
Eu tinha muitas perguntas para fazer, como onde ele
tinha conseguido, por que ele fez aquilo, se eu estou morando com um assassino
em série, gostaria pelo menos de uma chance de me defender ou pelo menos de
destruir o computador.
Desliguei o computador, deitei na minha cama e
comecei a pensar, por que não usar esse tipo de poder para algo maior, punir
aqueles que a lei não o faz?
Tentei não pensar muito nisso… pensei em parar por
um tempo de jogar para ver se os sonhos não me atormentariam por mais tempo.
Infelizmente eu estava redondamente enganada, as coisas foram piorando, eles
não queriam mais só gritar, eles queriam me tocar como se estivessem buscando
uma saída do sofrimento eterno cujo foram aprisionados, resolvi fazer um teste.
Peguei um jornal local onde aparecia noticias de
assassinos, estupradores, pedófilos e outras escórias do mundo.
E o primeiro nome para testarmos foi Billy Jenkins,
55 anos, ele foi acusado de matar duas pessoas e ainda estuprar a esposa de uma
das vitimas, ele saiu da prisão em menos de dois meses por que era amigo de um
político da cidade. Ele atualmente para o prefeito como secretário e você
pergunta como um verme desses consegue um cargo assim? Não precisamos nem
ser detetives para decifrar isso.
Puxei minha cadeira, sentei no computador e
automaticamente o jogo se iniciou eu não cliquei em nada, foi como se ele
quisesse que eu fizesse isso o jogo abriu e uma janela apareceu escrita:
E depois essa janela fechou e o jogo começou, eu
criei uma casa pequena, o pus dentro dela e coloquei bastantes objetos
elétricos pela casa, ela era repleta de abajures, sons, tomadas e fazia ele
constantemente mexer em cada um deles até eles quebrarem e causar um “pequeno
acidente”.
Demorou mais ou menos uma hora para acontecer alguma coisa, um
abajur começou a piscar, eu o mandei usar o abajur e então aconteceu, após a
cena de ver o personagem ser eletrocutado fiquei pensando se teria funcionado,
era algo que eu gostaria de ter certeza.
Após a cena em que morte aparecia para levar o corpo
dele apareceu aquela tela e com as opções sim ou não.Eu escolhi que não, eu não estava com vontade de
ter mais assassinos nos meus sonhos, mas eu acredito que cedo ou tarde eu teria
que levar adiante isso.
Em seguida o jogo se fechou um ruído novamente
começou a sair das minhas caixas de áudio do computador, meu computador
desligou sozinho e não me deixou fazer mais nada depois de eu ter clicado em
não, resolvi levar ele a um técnico, mas quando eu fui puxar os cabos para
desligar o ruído ficou mais alto e uma voz gritou: NÃO DESLIGUE!
Por um momento pensei que fosse alguma brincadeira
de mau gosto do meu primo, apesar de que eu tenho quase certeza de que não foi
ele por que ele já passou por muita coisa para brincar com isso.
Acendi um cigarro, fiquei olhando para a janela e
tentei me acalmar um pouco, logo mais no jornal da televisão o apresentador
comunicou que o secretário do prefeito, Billy Jenkins foi encontrado em casa
eletrocutado após ter retirado uma lâmpada do seu abajur.
E foi nesse momento vi o que eu poderia fazer o
poder que eu tinha dentro do meu quarto, controlar o destino das pessoas,
acabar com meus desafetos, algo dentro de mim nesse dia me mudou completamente.
E o mais interessante é que eu estava gostando
disso.
Dois meses depois se passaram, comecei a juntar
jornais antigos sobre assassinos, fotos de criminosos procurados, meu primo
fazia o mesmo sem me questionar, será que ele tinha a mesmo senso de justiça
que eu?
Não me importava, eu só gostaria de ver aqueles que
causaram algum tipo de sofrimento pagar pelos seus crimes, eu quero viver em um
mundo onde não precise mais ver injustiça, mesmo que eu tenha que viver
sozinha.
Começamos todo dia limpar um por um, cada criminoso
escondido aparecia de repente nos jornais, como se houvesse algum tipo de
doença que causasse acidentes, era assim que foram chamadas essas mortes, a
epidemia dos acidentes, empresas de aparelhos elétricos recebiam multas,
algumas tiveram que fechar porque não conseguiam explicar como que os aparelhos
delas matavam pessoas, ou como fogões de repente transformavam a casa em um
festival de quatro de Julho.
Devo admitir que as coisas para mim não estivessem
também muito comuns, cada morte que acontecia, uma nova mancha aparecia no meu
pescoço, a cada morte um ponto novo aparecia em meu pescoço, eu sentia um peso
e durante a noite nos sonhos eu sempre sonhava com alguém apertando ele, me
deixando sem respirar e até mesmo me impedindo virar para trás e ver quem
estava segurando meu pescoço.
Contei isso para meu primo, ele disse que isso
nunca havia acontecido com ele, isso me fez pensar, como assim nunca tinha
acontecido? Acho que pelo meu bem estava na hora de dar um fim nisso.
Antes de tentar retirar meu computador ouvi novamente o mesmo grito: NÃO
DESLIGUE. Meu primo estava com um olhar morto e de boca aberta como se
estivesse preparado para me engolir, não dei atenção arranquei meu computador
com todas minhas forças, não ligando para cabos, tomadas ou até mesmo o cd o
peguei junto, levei para o meu quintal, meu pai guardava um galão de gasolina
para caso houvesse alguma emergência, quando eu voltei com o galão de gasolina
meu primo estava na frente do computador com os braços abertos e disse:
- Você não pode acabar com isso, eu não criei isso
tudo só para uma fedelha maldita queimar tudo e acabar com o trabalho que
tivemos você não vê? Nós podemos limpar o mundo inteiro com isso. E a única
coisa que iria custar era a sua vida, pense comigo acabar com a escoria do
universo somente em troca da vida de uma pessoa inocente?
Nesse exato momento meu pescoço começou a ser
apertado novamente, eu resisti empurrei meu primo no chão e joguei gasolina no
computador e nele também e enquanto ele ardia no fogo, eu o respondi:
- Eu nunca me importei com quem eu matava sim eles
foram uma escória e agora te pergunta e depois que eu morrer, buscará outra
inocente para usar? Continuara tudo a mesma coisa e vou parar com isso agora.
Fiquei feliz em ser uma fumante viciada, atirei meu
isqueiro no computador e os dois queimaram, eu não senti nenhuma pena do que
tinha feito, por que acreditei que fiz a coisa certa.
Uma vizinha assistiu tudo e chamou a policia, fui
encaminhada para um reformatório como eu ainda era menor de idade, mas aos 18
acabei sendo encaminhada para uma prisão e é onde estou hoje, acredito que
ninguém vai encontrar essa história depois que eu me suicidar.
Minhas palavras finais sobre isso? eu não me
arrependo de nada.

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